"Dukes of Hazzard"
“Dukes of Hazzard”, conhecidos em Portugal como “Os Três Duques”, é uma série da TV americana, ligeiramente inspirada em "Moonrunners", que esteve no ar, através da CBS, de 1979 a 1985.
A série seguia as aventuras de dois rapazes sulistas, Bo e Luke Duke, que vivem numa área do condado ficcional de Hazzard na Georgia. Eles fazem corridas de carros no seu Dodge Charger de 1969 - o General Lee - e fogem do corrupto Hog Boss e do seu Xerife inapto, Rosco Coltrane.
Vinte anos após o término da série, a Warner Bros. decidiu adaptá-la ao cinema.
Foi assim que num ambiente de descontracção teve lugar em Londres uma conversa com os jornalistas. Perante uma “casa cheia”, foi possível questionar o realizador Jay Chandrasekhar, o produtor Bill Gerber, bem como as três estrelas do elenco: Johnny Knoxville (Luke), Seann William Scott (Bo), e Jessica Simpson (Daisy).
Carros, acrobacias e algum gossip marcaram a conversa, que decorreu em tom bastante informal. O c7nema.net esteve em Londres a acompanhar a apresentação do filme à imprensa e pôde ouvir dos intervenientes as suas impressões sobre esta adaptação.
Johnny Knoxville (Luke), Jessica Simpson (Daisy) e Seann William Scott (Bo)
A Entrevista:
“The Dukes of Hazzard” foi um série de enorme sucesso, como foi fazer o filme?Bill Gerber: Foi divertido. De facto este era um programa tipicamente americano, mas que sempre foi muito acarinhado em todo o lado. Foi muito divertido concretizar este projecto pegando na relação dos primos como lançamento para a história.
(um zumbido interrompe a entrevista, deixando Johnny Knoxville particularmente agitado, questionando-se se será o único a ouvi-lo)
Era fã da série, alguma vez pensou levá-la ao cinema?Jay Chandrasekhar: Sinceramente nunca pensei em ser eu a levar os Dukes ao cinema até o Bill (Gerber) me enviar o argumento. Era um grande fã, lembro-me de ter 9 ou 10 anos de idade e ver a série, tinha o poster da Daisy Duke na parede e passei pela puberdade durante a série (risos). Também era um grande fã das acrobacias com o carro e confesso que fiquei contente quando recebi o argumento.
Como foi interpretar estas personagens?Johnny Knoxville: A minha personagem é um bêbado mulherengo e foi divertido de interpretar. Quer dizer, numa palavra, este filme foi divertido, ponto final. Desde as sequências com os carros, aos treinos com alguns duplos que nos ensinaram alguns truques. E é porreiro pois podemos usar na nossa vida privada. Por exemplo, eu tenho um Cadillac El Dorado de 1970, que por acaso agora está na oficina porque tentei fazer aquelas viragens de 180º graus e as coisas não correram muito bem.
Jessica Simpson: Eu cresci a adorar esta série, em especial a Daisy. Eu também sou do Texas, e em criança brincava com os meus primos aos “Dukes of Hazzard” e era sempre a Daisy Duke.
Johnny Knoxville: Eu também era sempre a Daisy. (risos)
Seann William Scott: Também era um grande fã da série e foi óptimo sobretudo por trabalhar com estes tipos.
Seann, o Johnny é conhecido por pregar umas partidas, como foi a vossa relação durante as filmagens?Seann William Scott: Bem, ele mostrava-me os testículos todos os dias. Ás vezes o esquerdo, outras o direito... geralmente acontecia sempre antes de alguma acrobacia com os carros.
Johnny Knoxville: Não sei o que se passava, as minhas calças caiam constantemente....
Quantos carros foram usados nas filmagens?Jay Chandrasekhar: Levámos 30 General Lee’s para as filmagens e regressámos com sete. Foi giro, destruímos carros por todo o lado, carros da polícia também foram 30. Estes carros são muito pesados, e quando saltam caem sobre o eixo da frente e tem tendência a partir. Cada salto era uma incógnita para saber de que lado iria cair.
Seann William Scott: Nós não espatifávamos os carros por querer, há uma situação em que eu vinha a guiá-lo para fora de uma garagem ...
Jay Chandrasekhar: Sim é uma história engraçada. O carro tinha um dispositivo que os acelerava muito depressa. Na cena, o Seann tinha de tirar o carro da garagem e levá-lo por uma estrada. Tudo certo até os travões cederem. O Seann e o Johnny estavam a divertir-se com a cena aparentemente, até que o Seann murmurou, “fiquei sem travões”... Entretanto o carro vai sair por um lado da estrada e ele salva-o do outro e também se consegue safar.... e de repente está numa estrada cortada e onde estão cerca de 100 fãs a assistir às filmagens... (risos)...E eles vão direitinhos a eles... mas o carro lá se conseguiu safar e o tipo que arranjava os travões conseguiu chegar ao pé deles.
Jessica Simpson e Jay Chandrasekhar
Ser fiel às personagens da série era um dos objectivos? Foi conseguido?Johnny Knoxville: Eu não estava muito preocupado com isso porque sabia que íamos fazer uma “cena” nossa. São os Dukes, o importante foi divertir-me, passar um bom bocado.
Jay Chandrasekhar: O objectivo não era ser completamente fiéis aos personagens, queríamos faze-los novos e divertidos.
Bill Gerber: O John Schneider [Bo Duke na versão original], foi à antestreia do filme em Hollywood. E gostou do rumo que demos ao filme, e tem dado umas quantas entrevistas sobre isso. Ainda bem.
De volta aos carros. Onde conseguiram reunir estes carros todos e qual foi a percentagem do orçamento usada neles?Bill Gerber: A percentagem do orçamento usada em carros foi pequena. Cerca de 10%.
Johnny Knoxville: Sim, o resto foi gasto em cocaína.... (risos)
Bill Gerber: Os carros surgiram de uma procura à escala nacional. Encontrámos carros por todos os cantos do país e foi necessário restaurá-los. Foi uma operação delicada e à qual esteve dedicada uma parte da equipa.
Jessica, tem dito nas entrevistas que é uma pessoa muito tímida. Como lidou com as cenas como Daisy Duke?Jessica Simpson: Geralmente a primeira coisa que fazia era vestir um roupão para andar pelo “set”. Despir um casaco e estar de biquini vermelho, parecendo que sei o que estou a fazer... isso é realmente representar para mim, não tem nada a ver comigo.
Trouxe os calções como recordação?Jessica Simpson: Não, foi o Jay (Chadransekar) que ficou com todos (risos)
Jay Chandrasekhar: Sim, tenho um par na parede. Usei-os uma vez até... foi horrível, o pior dia da minha vida... e as minha pernas não muito bonitas...
Johnny Knoxville: Já vi galinhas com melhores pernas...
Jessica disse em entrevistas que tinha receio de que por já ser reconhecida como cantora, não consiga ser aceite como actriz...
Jessica Simpson: Bem, se estivesse muito assustada com isso não teria aceite este projecto. O meu objectivo principal era fazer parte de um elenco, para puder entrar no ramo e aprender. Queria que o meu primeiro filme fosse assim.
Jessica Simpson
Que outros papeis gostaria de representar?Jessica Simpson: Uma comédia romântica, coisas divertidas. As coisas mais sérias ficam para quando for mais velha.
Jessica, como se preparou fisicamente para o papel?Jessica Simpson: Com bastante exercício, tive um treinador pessoal que me ajudou e fiz uma pequena dieta. Foi puxado, seis dias por semana durante duas horas e meia por dia, mas compensou.
Johnny, descreveu a sua personagem como um bêbado mulherengo... como é que foi a preparação para a personagem?
Johnny Knoxville: Foi duríssima... (risos)
Johnny, não teve grande oportunidade de guiar o “General Lee”....
Johnny Knoxville: Pois... no guião o Seann estava apaixonado pelo carro e eu pelas miúdas. Por mim, não tenho qualquer objecção a isso.
Seann e Johnny, vocês interpretam dois jovens meios loucos.... Qual foi a maior loucura ou tontice que fizeram na vossa vida?Seann William Scott: Acho que vou deixar o Johnny responder primeiro....
Johnny Knoxville: Ui... na minha suposta “carreira”... (referindo-se ao personagem da série da MTV “Jackass”)... Fiz muitas coisas que olho para trás e só dá para abanar a cabeça.
Acho que quase tudo o que fizemos no Jackass. Fizemos uma que recordo e que nunca foi para o ar, que foi meterem-me dentro de uma caixa parecida com uma televisão, fecharem com fita gomada à volta e atirarem-me por umas escadas abaixo. Claro que a meio do caminho a caixa partiu-se e eu fui a voar e aterrei com as costas no chão... Tive sorte. Se tivesse aterrado de pescoço, hoje era o Ashton Kutcher que estava aqui convosco.. (risos) e ninguém havia de querer isso....
Seann William Scott: Bem, não tenho nada que se possa comparar a isso.
Johnny Knoxville
Como foi pegar em alguns dos estereótipos abordados pela série e trazê-los para o século XXI?Jay Chandrasekhar: Éramos grandes fãs da série e por isso queríamos relembrar tudo isso às pessoas. A bandeira da confederação [capot do carro e símbolo dos Estados Confederados Americanos, defensores da escravatura durante a guerra de sucessão americana] e manter o nome do carro como general Lee, simbolismos usados de forma divertida....
Johnny Knoxville: Não podíamos colocar nenhuma bandeira sindicalista na porcaria do carro...